segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Os Documentos e seu papel no ensino de História.

Para todos os historiadores é consenso que as fontes históricas tem diversas naturezas, escritas ou não. Nas aulas de História tem sido comum o uso dessas fontes como mecanismos de melhoramento para a prática docente. Entretanto, nós educadores precisamos refletir bastante sobre as metodologias através das quais utilizamos tais fontes em sala de aula. 
Várias são as possibilidades a serem trabalhadas nas aulas para tornar o ensino de História mais atrativo, inserindo num mesmo processo as tecnologias de informação e as fontes históricas. Não ficariam então de fora os documentos escritos, as mais tradicionais fontes utilizadas na construção historiográfica. Talvez por esse motivo, muitos educadores não utilizem com frequência tais fontes preferindo outras, como fotografias, cinema, literatura, etc.
Maria Rocha Rodrigues, em artigo chamado "O uso de documentos históricos em sala de aula", chama a atenção ao fato que "para o aluno, então, o documento não é fonte, como para o historiador. Mas é material do historiador, e como tal objeto de aprendizagem - é aí que reside sua importância"( Consultar artigo no link: www.escoladavila.com.br/refle_pedag/maria_cs.pdf).
Sendo assim, cabe ao educador orientar e encaminhar a metodologia que será empregada na análise deste material, a medida em que ele não responde as mesmas questões  que seriam feitas por um historiador e  sim ao entendimento de um determinado conhecimento a partir da interferência do próprio educador.
O estudante precisa entender que o documento escrito pode aproximá-lo das formas de pensamento e de linguagens de outras épocas, percebendo os tempos passados de maneira mais concreta.
Um bom exemplo de aplicação dessa metodologia poderá ser vivenciado com o auxílio do site do Centro de Memória da Amazônia, o qual disponibiliza uma vasta documentação. Em especial, podemos falar dos documentos referentes a Inquisição na Amazônia, os quais poderão ser visualizados por estarem digitalizados e também ser conhecidos a partir dos resumos que os antecedem. Dessa maneira ficaria mais concreto para o aluno a compreensão desse processo de investigação e mesmo de punição que fora implementado na Amazônia através das Visitações do Santo Ofício. Acessando o link, você entra na página do Centro de Memória da Amazônia e encontra documentos referentes não somente a Inquisição na Amazônia mas também a várias outras temáticas: www.ufpa.br/cma

Por Lígia Ribeiro.

sábado, 3 de setembro de 2011

Filme Recomendado: Inimigo Meu (Enemy Mine)


Os filmes no ensino de história são importantes não apenas por permitirem uma visualização da história, numa sociedade guiada por imagens como a nossa quanto por oferecerem a oportunidade de discutirmos as várias versões que uma mesma história pode ter. Confrontar o que dizem os livros, os documentos, os historiadores especialistas no assunto e a visão que o diretor quis passar, favorecem a percepção que os alunos podem ter de serem sujeitos dessa história.

Filme Recomendado:
Inimigo Meu (Enemy Mine): Este filme é uma aventura da ficção científica, dirigida pelo alemão Wolfgang Petersen, baseado em um romance de Barry Longyear, lançado em 20/12/1985, estrelado por Dennis Quaid e Louis Gossett Jr. É um daqueles filmes que antigamente, nos anos oitenta e meados dos noventa, se assistia na Sessão da Tarde. O filme foi indicado nas categorias de Melhor Ator (Louis Gossett Jr.), Melhor Maquiagem e Melhor Filme de Ficção Científica para o Prêmio Saturno, da Academia de Ficção Científica, Ficção e Filmes de Horror, dos EUA, no ano de 1986.

O filme conta a história de dois guerreiros espaciais, um do planeta Terra e o outro do planeta Dracon, que na luta para aumentar o domínio dos seus planetas, se vêem perdidos num planeta distante e inóspito, depois que suas naves são abatidas. O piloto humano é Willis Davidge (Dennis Quaid) e o outro é o drac Jeriba Shigan (Louis Gosset, Jr.), um réptil alienígena, que mais tarde será chamado por Willis de Jerry.

No início do filme, os dois pilotos estão decididos a ser destruir, mas a necessidade de sobreviver é maior e eles acabam juntando forças para superar as dificuldades no planeta desconhecido. Um dos fatos marcantes do filme é a gravidez do drac Jeriba, para espanto de Davidge, ante a imagem de um macho grávido.
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMSJEJhyki9e9-F82CvFqbXGBI8m68cYBBK7zdq_6wX5vvivETwm-I93nL09WsBRiP-t-c1TGtSyceqo1vmoMUTmTczkWzCBY_zEG-8qaQbAnQIBJ6kXEgOvvM6n-oTkPA6aPBxtgaVYwo/s1600-h/inimigo_03.jpg

Com diálogos extremamente interessantes e recheados de metáforas, em que um piloto tenta convencer o outro da legitimidade das suas ações, em busca da dominação dos planetas. Nos permite perceber como os discursos podem ser construídos a favor ou contra um determinado assunto, neste caso, a dominação dos EUA e da União Soviética sobre os demais países, tanto econômica, quanto militar e culturalmente. O cineasta alemão quis passar a visão que os demais povos poderiam ter, ante a pretensão hegemônica daqueles dois líderes mundiais. Soando como uma tentativa de reavaliação das ações do homem, que guiado por uma ambição desenfreada por mais territórios, poder, armas e riquezas, coloca em risco a sobrevivência da espécie e do planeta.

O cineasta alemão, Wolfgang Peteresen possui uma trajetória eclética em seu modo de dirigir, destacando-se em seu estilo, o uso de imagens impressionantes e de grande impacto. Em sua filmografia está a produção germano-americana aventura/fantasia A História Sem Fim (Die Unendliche Geschichte), de 1983. Além do drama de guerra Barco-Inferno no Mar (Das Boot), de 1981. O suspense Busca Mortal (Shattered), de 1991, sendo também seu roteirista. O drama Na linha de Fogo (In the Line of Fire), de 1993. O de ficção científica Epidemia (Outbreak), de 1995. O thiller Força Aérea Um (Air Force One), de 1997. O de aventura Mar em Fúria (The Perfect Storm) de 2000. O épico, Tróia (Troy) de 2004. E o de Ação, Poseidon, de 2006.

Desta forma, o cinema não poderia deixar de acompanhar e representar em suas telas o que acontecia na civilização humana. Nesse mesmo período, são lançados outros filmes envolvendo tanto a temática da guerra quanto da ficção científica que marcariam a história do cinema como: Alien: O oitavo passageiro (1979) e Blade Runner (1982), ambos de Ridley Scott; a trilogia Guerra nas Estrelas: Uma Nova Esperança (1977), O Império contra-ataca (1980) e o Retorno de Jedi (1983) de Steven Spielberg e George Lucas, que tratavam desse ambiente mais futurista, envolvendo guerras interplanetárias, criaturas alienígenas, luta pela hegemonia de planetas, tudo isso permeado por sentimentos que dominam a nossa sociedade: ambição, poder, preconceitos, amor, ódio, amizade, traição.

Por: Laélia Borges (Historiadora)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A Primeira Guerra Mundial: "O BARÃO VERMELHO"

Primeira Guerra Mundial. O jovem aristocrata Barão Manfred von Richthofen (Matthias Schweighöfer) é convocado pela força aérea alemã. Seus combates, seu avião vermelho e suas inúmeras conquistas ao lado do esquadrão 'Circo Voador' o tornaram um herói da nação. Manipulado pelo alto comando e distraído pela fama, ele não enxergava a verdadeira face da guerra. Quando Manfred é ferido e presencia os horrores das batalhas em um hospital, ele passa a perceber o efeito devastador de uma guerra. Apesar da desilusão, Manfred sabe que ele não pode parar de voar e, mesmo para o mais destemido dos homens, cada nova missão pode ser a última. Um filme com incríveis cenas de combate, que conta a história do maior piloto de todos os tempos.
Inicialmente, os estudantes devem ser apresentados ao filme, destacando que a produção é baseada no livro de Joachim Castan. E após ser trabalhado em sala as questões referentes aos aspectos que formaram e caracterizaram a I Guerra Mundial, podemos utilizar o filme como um dispositivo que aproxime o aluno do tema e o faça construir uma ligação entre o filme  o conteúdo debatido em sala. Além disso, é possível utilizar o filme para levantar no estudante o debate a respeito da representação que é feita no filme do personagem principal e como esta memória de Richthofen é percebida por eles, se de maneira positiva ou negativa. Sem dúvida que também é possível trabalhar com os estudantes através do uso da internet através de uma pesquisa sobre o uso do nome "Barão Vermelho" em grupos artísticos ou produtos comerciais. Assim os recursos tecnológicos servirão como fonte para que na sequência estes construam pequenos textos apresentando o uso que é dado na contemporaneidade a esse nome.
Abaixo segue link em que se pode baixar o filme:http://www.baixedetudogratis.com/2010/07/baixar-filme-o-barao-vermelho-dual-dublado.html
Postado por Lígia Ribeiro.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O Pianista


O Pianista




(Pianist, The, 2002)
Por Hudson Borgato.

"Poético , sensivel , austero , didático , brilhante . É dificil encontrar adjetivos que consiga descrever perfeitamente a dimensão proposta por esta pérola cinematográfica de Roman Polanski . O Pianista é baseado na biografia de Wladyslaw Szpilman (como o próprio titulo ja diz , trata-se de um pianista) , que vê sua vida modficada pelo regime nazista . A partir dai começa uma luta pela sobrevivência constante e intensa para escapar das atrocidades causadas pelo holocausto. Com uma percepção cirurgica , Polanski consegue captar e mostrar de forma sublime toda agonia que o seu protagonista vivenciou (tudo baseado em fatos reais) através dos anos em que a guerra assolou a Polonia . O Pianista tem um ponto diferencial sobre os demais filmes focados na segunda guerra mundial . Usa uma linguagem de expressão natural e expontanêa para descrever os acontecimentos , se abdicando de manipulações sentimentais ou estratégias manequistas para subjulgar o público perante os relatos históricos , o filme tem um tom imparcial que mostra a realidade de forma crua e simples (sem apelações ou clichês). O longa se mostra técnicamente irrepreensivel em qualquer quesito . A fotografia recria de forma impressionante paisagens desoladas e devastadas pelo Terceiro Reich , simplismente beirando a perfeição . Apoiado por uma direção de arte magnífica que consegue reconstruir de forma fiel lugares históricos da Varsóvia , ambientes nostálgicos de forma convicente e plausível . Uma ambientação digna de moldura. O figurino é outro show a parte , dando vida ao seus personagens através de detalhes minuciosos e perfeccionistas. Fenomenal ! O roteiro foi escrito pelo próprio Wladyslaw Szpilman e Ronald Harwood , estruturado e muito bem composto para dar vida a este drama de magnítude estelar onde Polanski fez a sua mais admirável obra . As atuções (ou melhor "A atuação") são outra grande jogada de mestre que Polanski acertou em cheio . Adrien Brody interpreta o protagonista e simplismente não deixa espaço para criticar ninguém alem do mesmo . Incubido de vivenciar Wladyslaw Szpilman , ele assumi a responsabilidade e de forma magestral dá um espetáculo em cena. De forma comovente e coerente , ele da vida ao seu personagem com um ar sereno e incompreensível (perfeito para um pianista) . Brody que até então não era nenhum ator de expressão foi uma opção de risco que Polanski decidiu apostar. O mestre sempre sabe o que vem de trás da curva. Brody deu ao longa um ar de inovação e imprevisibilidade , caindo como uma luva para o papel e transformando o longa em uma obra de estirpe nobre. Uma atuação memorável que mereçe todo reconhecimento por sua desenvoltura e despretenção. Roman Polanski se superou ao criar um filme com esta dimensão. O Pianista é uma obra que carrega dentro de si uma estrutura complexa ao ponto de atravessar décadas e se manter intacto e moderno. Uma lição de vida em forma de imagens que realça nossa concepção diante de como enxergamos o mundo. Mais do que recomendado , este filme é obrigatório."
Confira.
 
Karina Cordovil